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domingo, 3 de setembro de 2017

A Era Napoleônica (1799 – 1815) - resumo

           Foi a fase em que o general Napoleão Bonaparte assumiu o papel de liderança política na França. Esse papel de líder foi ampliado para a Europa toda. A Era Napoleônica começou com o Golpe 18 Brumário. Esse golpe de Estado indica o fim do processo revolucionário francês.
             Napoleão foi um governante autoritário, mas também foi responsável pela difusão de várias instituições revolucionárias por toda a Europa.

             O governo de Napoleão se apresenta em dois períodos bem definidos: Consulado e Império.
(A) Consulado
- Este período se caracterizou pela recuperação econômica e pela reorganização jurídica e administrativa na França (Banco da França, o “Franco” como novo padrão monetário, o Código de Direito Civil, etc.).
- O governo do consulado era republicano e controlado por militares, onde três cônsules chefiavam o poder executivo (Napoleão, Roger Ducos e o abade Sieyés), mas como Napoleão se impôs como primeiro-cônsul; era ele quem realmente governava. 
- Apesar da aparência democrática, criada pela nova constituição, era Bonaparte quem comandava o exército, propunha novas leis, nomeava os membros da administração e controlava a política externa.
- Durante o governo do consulado as oposições foram aniquiladas, a alta burguesia consolidou-se e os projetos de emancipação dos setores populares foram sufocados.
- Com os resultados obtidos neste período Napoleão foi nomeado cônsul vitalício em 1802, devido ao apoio das elites francesas, que estavam entusiasmadas com os avanços.
- Um plebiscito foi realizado em 1804 para que os eleitores escolhessem entre a monarquia e a república como forma de governo. A elite francesa optou pela monarquia, com Napoleão confirmado como imperador da França.
- O Império foi implantado definitivamente após a mobilização da opinião pública. Em 2 de dezembro de 1804 coroou-se Imperador, com o título de Napoleão I, na Catedral de Notre Dame, na presença do Papa Pio VII.

(B) Império
- Napoleão liderou uma série de guerras, expandindo o domínio francês. Em algum tempo o exército francês se tornou o mais poderoso da Europa.
- Os britânicos se esforçaram em barrar o crescente poder da França formando coligações militares internacionais contra Bonaparte.
Em 1805 a França tentou invadir a Inglaterra, mas fracassou (Batalha Naval de Trafalgar).
- Sem meios militares de derrotar os britânicos, Napoleão mudou de estratégia. Em 1806 foi assinado em Berlin um decreto napoleônico que pretendia valer para a Europa toda: o Bloqueio Continental (todos os países do continente europeu deveriam parar de fazer comércio com os britânicos). 
- Entretanto, a indústria francesa ainda não tinha capacidade de substituir a inglesa (época da Revolução Industrial) e abastecer a todos os europeus. Com o tempo, o bloqueio perdeu força, a insatisfação cresceu, Napoleão foi perdendo o controle da situação.
- Os reinos ibéricos (Espanha e Portugal) dependiam muito dos ingleses para deixar de fazer comércio com eles. Mas não tinham forças para lutar contra a França. D. João, que governava Portugal, percebeu que a Espanha foi invadida por tropas francesas por não aderir ao Bloqueio Continental. Tentou ficar em posição de neutralidade. Com isso, desagradou igualmente aos britânicos e aos franceses. Declarou aliança aos ingleses quando as tropas de Napoleão já ingressavam no território português. Em seguida transferiu o governo português para o Rio de Janeiro. Pouco antes o rei da Espanha, Fernando VII, foi aprisionado por Napoleão.
- A Rússia tinha aderido ao Bloqueio Continental, após um acordo com a França (Paz de Tilsit), mas como era um país essencialmente agrícola e estava enfrentando uma grave crise econômica viu-se obrigado a abandonar o Bloqueio Napoleônico.


- Em vingança à decisão do Czar Alexandre I, o governo napoleônico decidiu invadir a Rússia em 1812.
- Os generais acostumados com grandes vitórias conduziam suas tropas pelo imenso território russo, enquanto as tropas czaristas recuavam colocando fogo nas plantações e em tudo que servisse aos invasores (tática de “terra arrasada”).
Napoleão na Rússia
- Em Moscou as tropas russas começaram a atacar violentamente as tropas napoleônicas. Nesse momento os franceses estavam com alimentos e munição racionados. Devido isso Napoleão não teve outra escolha a não ser fazer a retirada. O rigoroso inverno russo começava. Os franceses perderam a maior parte de suas tropas nesse retorno.
- A desastrosa campanha militar na Rússia encorajou outros países europeus a reagirem contra a supremacia francesa. Em 6 de Abril de 1814 um exército formado por ingleses, austríacos, russos e prussianos invadiu a França e dominou Paris.
- Napoleão foi capturado exilado para a Ilha de Elba. O trono francês foi entregue a Luís XVII (irmão do guilhotinado Luiz XVI).
- Napoleão conseguiu fugir da Ilha de Elba e voltou à França em março de 1815. Ele foi recebido em Paris como herói. Instalou-se no poder, obrigando a família real a fugir, mas a sua permanência no poder durou apenas cem dias (Governo dos Cem Dias).
- Nova coligação militar internacional entrou em ação. Napoleão formou um exército improvisado com soldados muito jovens e sem treinamento adequado. Na última batalha de sua vida (1815) Napoleão Bonaparte foi derrotado pelas forças britânicas na localidade de Waterloo (atualmente território da Bélgica). Os ingleses o obrigaram ao exílio definitivo nas Ilhas Santa Helena (Atlântico Sul), local onde morreu em 1824 (oficialmente por morte natural).
 
Napoleão após a batalha de Waterloo
Congresso de Viena (1814 - 1815)
- Os governantes europeus se reuniram na cidade de Viena (capital da Áustria) para reorganizar a Europa após a era napoleônica.
- Liderança da Grã Bretanha, Rússia, Prússia e Áustria.
- O mapa europeu foi refeito, fronteiras alteradas, alguns reinos foram criados e outros desapareceram.
- Predominaram os princípios da legitimidade das dinastias, equilíbrio de forças entre as grandes potências e das nacionalidades.
- Tentaram trazer de volta as práticas do antigo regime. Mas não conseguiram impor de volta o absolutismo e o mercantilismo.
- Mesmo com todo o conservadorismo, a tendência foi manter grande parte das instituições e práticas típicas do liberalismo.
Obs – Foi organizada um acordo militar conhecido como Santa Aliança (Rússia, Prússia e Áustria). O objetivo seria realizar intervenções militares em qualquer país onde acontecesse uma nova revolução liberal.

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